terça-feira, 28 de junho de 2016

Teatro Escola de Príncipes Encantados

         
ESCOLA DE PRÍNCIPES ENCANTADOS
Eliandro Rocha

ANA JÚLIA: Desde a primeira vez que o vi, sabia que aquele menino não era igual aos outros que conheci.
ANA JÚLIA: Diferente do bisavô, diferente do avô, e também diferente do pai.
ANA JÚLIA: Como para todo menino nascido em berço real, somando ao fato de ser o sucessor do rei, a vida para ele não foi nada fácil.
ANA JÚLIA: Sempre bem vestido, não podia sujar-se nunca (COLEGAS SUJOS DE BARRO CONVIDANDO ELE PARA BRINCAR LUCAS E RAFAEL); Educado ao extremo, não tinha espaço para travessuras.
ANA JÚLIA: Mas o pior veio mais tarde, quando o jovem príncipe completou dez anos. Eu estava presente na ocasião, lembro-me de quando o rei chamou e, repleto de orgulho, fez seu pronunciamento :
WESLEI: Meuuu filhoooooo, meuuuu filhoooooo...
ÉRIK: O que foi Papai?
WESLEI: - Amanhã você vai ir para a escola de príncipes encantados. (ÉRIK FAZ CARA DE ASSUSTADO E FICA TRISTE).
ÉRIK:- Não quero ser príncipe encantado!
WESLEI: - (GARGALHADA ALTA) Há há há há há há há.... Onde já se viu um futuro monarca não querer ser príncipe encantado? Não na nossa família.
WESLEI: - Venha comigo, vou lhe mostrar a sala das honrarias.
ANA JÚLIA: Era um espaço muito grande e com poucos móveis. Havia um armário com muitas medalhas e troféus; um móvel de madeira, no qual repousava uma espada do rei; e uma armadura de pé, ao lado da espada. Ao fundo da sala, brilhava um trono todo de ouro e na parede atrás dele ficavam pendurados vários retratos.
WESLEI: - Esse, meu filho, são nossos ancestrais, temos aqui toda a linhagem dos reis da nossa família. E ali, bem no lado do meu retrato, há um lugar especial para o seu. Todos esses grandes homens, que comandaram o reino com bravura, antes foram príncipes encantados. Então, acredito que você não vai querer destruir toda essa história.
ANA JÚLIA: E mais uma vez, meu menino tentou argumentar:
ÉRIK: - Mas, papai, não quero ser príncipe encantado, quero ser conhecido pelo meu nome. O senhor nunca percebeu que ninguém sabe o nome dos príncipes? As pessoas sabem o nome dos anões, dos animais, das princesas e nunca lembram o nome dos príncipes encantados, que escalam torres, desbravam florestas, matam dragões, procuram a dona do sapato perdido, despertam princesas adormecidas e mesmo assim, ninguém sabe como se chamam. Quero que saibam meu nome.
WESLEI: (Fala brabo e bate o pé no chão) - Já chega, menino!
WESLEI: - Nesta família todos vão para a escola de príncipes encantados e você também vai.
PRISCILA: O menino se calou, baixou a cabeça em uma tristeza profunda. Queria ficar ali com ele, mas obedeço ao rei e tive que me retirar junto com o meu soberano.
ANA JÚLIA: Quando a noite chegou, e o rei estava a dormir, o príncipe entrou nos aposentos reais, sem fazer barulho, e me levou para a grande sala das honrarias. Sentou no trono do pai com a espada em uma mão e uma maçã na outra. Deu uma mordida na fruta e me perguntou, ainda com a boca cheia:
ÉRIK: (Comendo uma maçã de boca cheia) - Você está em todos esses retratos, então deve saber. Serei um bom rei? As pessoas me conhecerão pelo meu nome?
ANA JÚLIA: Gostaria de ter todas as respostas, mas não posso prever o futuro. Ele me olhava esperando que dissesse algo. Eu apenas devolvia o olhar. (Entra a Rainha Vitória) Nesse momento, a rainha entrou, pegou o filho no colo e sentou-se no trono. Olhou o menino profundamente e, como se pudesse ler seus pensamentos, falou:
VITÓRIA: - Meu filho, você será o melhor rei que já se viu em todos os reinados.
(ÉRIK SAI E VAI PARA A ESCOLA DE PRÍNCIPES).
ANA JÚLIA: E foi assim, cheio de esperança, que meu menino foi parar na escola de príncipes encantados.
( ENTRA DIÔNATAN, LUÍS, DAVI COM ROUPAS DE PRÍNCIPES)
PRISCILA: Na chegada, mostrou-se tímido, mas logo se enturmou com os demais príncipes e percebeu que aquele lugar poderia ser divertido. Ficaria na escola por oito anos, se não fosse à tragédia que aconteceu.
PRISCILA: As aulas de boas maneiras ele tirou de letra, pois sempre foi muito educado. Aprendeu com a rainha a ser amável com todos e elegante sempre.
(ÉRIK ENTRA AGITANDO UMA ESPADA E UM CAVALINHO DE MADEIRA)
PRISCILA: O manejo da espada também não apresentou grandes dificuldades, pois sempre treinou com a do pai na sala das honrarias. As brincadeiras com sua espada de madeira e seu cavalo de pau também ajudaram muito.
PRISCILA: Equitação foi um pouco difícil, alguns tombos e arranhões, mas nada muito grave. Sempre respeitou os animais. Esse comportamento e uns agradinhos foram importantes para o cumprimento da tarefa de montar.
(ÉRIK PEGA O DRAGÃO E COMEÇA A CHORAR)
PRISCILA: Foi então que a aula de bravura se mostrou com toda a sua crueldade. O príncipe precisava cortar a cabeça de um filhote de dragão (ANDRIEL) e mostrar a todos que era bravo.
PRISCILA: O diretor da escola chamou o rei e lhe contou:
(WESLEI ENTRA)
GIANDREI: - Nunca vi aquilo antes, o Príncipe chorava e gritava abraçado ao dragão. E quando os colegas se prepararam para cumprir a tarefa, ficou na frente do filhote pronto para atacar os outros príncipes, impedindo que a turma toda o machucasse.
WESLEI SAI E SENTA NO TRONO NO CASTELO
ANA JÚLIA: Apesar de eu considerar esse ato de uma bravura notável, os professores não pensaram assim:
(Entra a Brenda Professora e chama o Príncipe Érik)
BRENDA: Príncipe, Príncipe...
ÉRIK: O que foi Professora?
BRENDA: Você já deve estar imaginando o porquê estou lhe chamando.
ÉRIK: (FALA TRISTE) Sei sim Professora.
BRENDA: Pois bem, você não teve bravura o suficiente para cortar a cabeça do dragão. Eu como sua Professora não achei isso correto, e a nota que você merece por isso é ZERO. ENTREGA O BOLETIM.
ÉRIK: Zero?
BRENDA: Isso mesmo e a partir deste momento você está expulso da nossa escola.
(ÉRIK SAI DE CABEÇA BAIXA E VOLTA AO CASTELO)
ANA JÚLIA: Quando voltou ao castelo, o pai estava sentado no trono. Com dificuldade, o menino caminhou até ele. Com as pequenas mãos trêmulas, entregou ao pai o boletim. O rei nem tocou no papel, já sabia do ocorrido.
ÉRIK CAMINHA PELO CASTELO DE CABEÇA BAIXA, ENTRA A MÃE
PRISCILA: O príncipe andava tristonho pelo castelo. Até que, numa manhã de primavera, ouviu o rei falando de uma festa que daria para a rainha. Nesse dia, a mãe, que tentava de tudo para alegrar o filho, chamou ao castelo a costureira real:
ENTRA ISADORA LEVANDO UMA MALA COM TECIDOS DENTRO, UM CADERNO PARA DESENHAR, METRO PARA MEDIR.
ISADORA: - Bom Dia Príncipe, sua mãe pediu que eu fizesse uma roupa para você ir ao baile. Disse que é o menino mais corajoso que ela conhece e quer lhe dar esse presente.
PRISCILA: O rei assistia a tudo, calado.
PRISCILA: A costureira abriu uma grande arca e convidou o garoto para escolher os tecidos de sua roupa.
PRISCILA: Eram muitas cores e texturas. Ele sorriu ENCANTADO.
PRISCILA: O vermelho foi o primeiro a ser escolhido, pois parecia o mesmo da capa de uma amiga.
PRISCILA: Depois de anotar as medidas do príncipe, ela começou a desenhar a roupa e um pedaço de papel e mais uma vez o pequeno sorriu.
PRISCILA: A rainha encheu-se de esperança e o rei continuava em silêncio.
ISADORA: -Tecidos escolhidos, medidas anotadas e desenho pronto, era hora de voltar para casa e começar a costurar.
ENTRA TODOS OS PERSONAGENS PARA O BAILE
PRISCILA: O dia do baile chegou e todo mundo elogiou a roupa do Príncipe.
PRISCILA: Mesmo depois da festa, as visitas continuaram à casa da costureira. O rei não entendia, mas a pedido da rainha, que via o menino cada vez mais feliz, permitiu a amizade entre os dois.
PRISCILA: Alguns anos se passaram.
ÉRIK ENTRA E SE SENTA PERTO DA MÁQUINA DE COSTURA.
PRISCILA: Numa manhã chuvosa, ela não acordou mais. O príncipe VALENTINO, apesar de muito triste com a morte da sua amiga, não deixou ninguém sem receber as encomendas.
PRISCILA: Sim, esse era seu nome. Príncipe VALENTINO.
PRISCILA: O rei não aprovava a escolha do filho, mas quem mandava no castelo era mesmo a rainha, que estava orgulhosa do príncipe.
ENTRA ÉRICA E VITÓRIA. WESLEI DORME SENTADO.
ANA JÚLIA: Foi numa tarde ensolarada que ela apareceu. Vinha acompanhada da mãe, uma rainha muito elegante. Vieram de um reino distante, trazidas pela fama de VALENTINO. Princesa SOFIA, era assim que a chamava, (ÉRICA ENTRA E OLHA PARA ÉRIK) estava muito triste e meu menino percebeu. Conhecia aquela tristeza em seu olhar.
PRISCILA: O Príncipe abriu a mala para que SOFIA escolhesse o tecido, acreditando que isso a faria sorrir.
PRISCILA: Mas ela não sorriu. Então, ele perguntou baixinho:
ÉRIK: - O que aconteceu? Por que tanta tristeza nesses olhos lindos?
ÉRICA: - Não quero ser rainha. Minha mãe quer que você faça o mais belo vestido para me levar a um baile e oferecer minha mão em casamento a um príncipe que nem amo. Não quero ser rainha! Não quero ficar sentada ao lado de um rei cuidando dos filhos e dos afazeres reais. Quero construir castelos. Quero desenhá-los e construí-los do meu jeito.
PRISCILA: VALENTINO sentiu o coração disparar. Sem pensar muito, dirigiu-se até sua mãe e a mãe de SOFIA e falou:
ÉRIK: - Quero me casar com SOFIA!
ÉRIK: - (Gritou ele) – Se ela aceitar, é claro!
PRISCILA: O rei, que dormia, acordou assustado.
PRISCILA: A princesa não tinha pai, e a mãe era quem decidia seu futuro. A jovem sorria com os olhos; percebendo isso, a rainha aceitou o pedido e, naquele momento, foi selado o compromisso.
WESLEI PEGA A COROA E ENTREGA PARA ÉRIK
ANA JÚLIA: Foi então que, no dia do casamento, meu senhor, o rei, me entregou ao meu menino. E daqui, do alto da sua cabeça, presenciei a mais bela história de um príncipe que encantou a todos com a bravura de ser e se tornou o melhor rei de todos os tempos.
ANA JÚLIA: VALENTINO e SOFIA são muito felizes, cada um do seu jeito. Talvez não para sempre, mas por um bom tempo!

TODOS OS PERSONAGENS ENTRAM E SE DESPEDEM DO PÚBLICO.

Quebra-Cabeça Minha Avó Tecia o Mundo

          Vejam crianças, segue o quebra-cabeça sobre o Livro: Minha Avó Tecia o Mundo do Escritor: Pablo Morenno.
          Boa diversão para todos vocês...
http://www.jogospuzzle.com/puzzle-de-minha-av%C3%B3-tecia-o-mundo_5768796597461.html